domingo, 16 de dezembro de 2007

Flocos de aveia e frutos secos - propriedades

Em resposta a Lucinda:
Os flocos de aveia são ricos em vitaminas do complexo B e em silício, nutriente essencial na síntese de colagénio e responsável pela reestruturação de cartilagens e tecidos, actuam contra a queda de cabelo e mantêm as unhas fortes. A sua fibra solúvel é eficaz na redução do colesterol e ajuda na perda de peso, promovendo uma sensação de saciedade mais prolongada.

Dicas: Utilizar em sopas, bolos, misturar no iogurte, papas de aveia (com leite e canela).
Receitas:
Bolinhos de aveia
Ingredientes:
½ kg de flocos de aveia
1 prato de espinafres cozidos
3 pimentos cortados em tiras
4 dentes de alho
pão ralado q.b.
azeite q.b
salsa q.b.

Empadas de nozes e flocos de aveia
Ingredientes:
100g de flocos de aveia
50g de nozes
1 dente de alho picado
25cl de caldo vegetal (água da cozedura de legumes)
½ colher de café
1 colher de café de molho de soja
noz moscada
sal e pimenta
pão ralado
óleo de amendoim

Os frutos secos contêm proteínas (entre 14 e 19%), torna-os alimentos com contributo significativo na formação e preservação das estruturas musculares. Também possuem na sua composição vitaminas do grupo B, aminoácidos, minerais, ácidos gordos poli-insaturados, ácidos gordos mono-insaturados e fibra. A riqueza em ácidos gordos essenciais resulta em benefícios para o sistema nervoso central, melhorando a memória e o rendimento mental. A riqueza em ómega-6 e em pectina resulta na sua capacidade para reduzirem os níveis de colesterol e combaterem doenças cardiovasculares. São também úteis em caso de cabelo seco ou caspa e unhas quebradiças. As amêndoas, as nozes e as avelãs são as que apresentam melhores propriedades antioxidantes, dada a sua maior concentração em vitaminas A, C e E. A amêndoa e as nozes vêm referenciadas como alimentos com importância na prevenção do cancro, cicatrização de feridas e activação do sistema imunitário dada a sua riqueza em vitamina E.
Dicas: Utilizar em saladas, misturar no iogurte, no arroz, bolos e diversas sobremesas.
Receita:
Salada de Frutos Secos
Ingredientes:
1 alface
1 cebola
300 g de tâmaras e alperces secos
30 g de nozes (sem casca, cerca de duas colheres de sopa)
160 g de queijo (ralado, em fios, fresco ou requeijão)
azeite q.b
vinagre q.b
2 colheres de cebolinho picado
1 pitada de sal
pimenta q.b.

Deixo indicação de alguns endereços electrónicos com inúmeras sugestões:
http://www.livrodereceitas.com/

Kefyr - Kefir - PROBIÓTICO

Em resposta a Lucinda, agradecendo muito o interesse evidenciado:

O Kefir é um produto com aspecto muito semelhante ao do iogurte, mas com valor nutricional e terapêutico muito superior, sendo classificado como Alimento Funcional.


É uma bebida cremosa, de sabor ligeiramente amargo, que resulta da fermentação do leite, conseguida pela adição de grãos de kefir. Estes grãos são formados por uma mistura complexa de bactérias e leveduras unidas a uma matriz polissacarídea. Quando adicionados ao leite (de vaca, cabra, ovelha, soja, etc.), vão fermentá-lo, incorporando na sua composição bactérias e leveduras benéficas, entre elas o Lactobacillus bulgaricus, Streptococcu thermophilus, Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei. Estes microorganismos apresentam efeito probiótico, ou seja, são capazes de equilibrar a flora bacteriana do intestino, promovendo a saúde, ao diminuir o risco de doenças intestinais. O uso regular do kefir pode aliviar desordens intestinais, como obstipação e diarreia, reduzir a flatulência, proporcionando um funcionamento intestinal mais saudável. O kefir também tem revelado eficácia na prevenção do cancro do cólon.

Além de bactérias benéficas e leveduras, o kefir contém minerais, vitaminas do complexo B e aminoácidos essenciais importantes para a manutenção das funções vitais do organismo. O seu teor elevado em triptofano, cálcio e magnésio resulta numa acção relaxante. O kefir também fornece fósforo, um mineral que participa no processo da absorção de hidratos de carbono, gorduras e proteínas. Sendo uma fonte de vitamina K e vitaminas do complexo B, a ingestão de kefir promove a regulação do funcionamento renal e hepático, acelera os processos de cicatrização e activa a função imunológica.

O kefir pode ser consumido só ou associado a outros alimentos, como frutas, cereais, mel, o que o torna ainda mais nutritivo.

A dose diária recomendada é de 1 litro por dia (variando a dosagem consoante a forma de apresentação do produto e o tipo de recomendação).

Não são conhecidas contra-indicações.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Iniciar a educação alimentar desde criança

Um estudo em população escolar evidencia que cerca de 30% das crianças portuguesas tem excesso de peso, constatando-se que a maioria tem pais obesos, hábitos alimentares errados e pratica pouco exercício físico, passando muitas horas em frente à televisão.

Para o tratamento da obesidade infantil é primordial que se estabeleça um Plano Alimentar Equilibrado, que permita um crescimento adequado, e que se proceda à prática de Exercício Físico com regularidade. Por outro lado, a Educação Alimentar torna-se um elemento de consciencialização e reformulação das distorções do comportamento alimentar, visando a modificação e a melhoria dos hábitos alimentares a longo prazo.

A Educação Alimentar em ambiente escolar beneficia a saúde das crianças, não só na infância, como também, na idade adulta, tendo em conta que:
  • “O equilíbrio nutricional condiciona o desempenho na escola.”
  • “A Educação Alimentar estimula a adopção de hábitos alimentares saudáveis para toda a vida.“
  • “As crianças devem ter conhecimento para poderem fazer as suas escolhas.”





domingo, 2 de dezembro de 2007

3 das 10 Marcas Mais Magnéticas para os portugueses são alimentares

Luso, Delta, Agros, Nívea, Ben-u-ron, Skip, Brufen, BPI, CGD e Dove são as 10 marcas que exercem maior poder de atracção sobre os portugueses.

Um estudo levado a cabo pela Brandia Central, em parceria com a Marklab, especialista em ciências de marketing, aferiu a capacidade das marcas atraírem consumidores, através de 1097 entrevistas, entre Maio a Junho de 2007. O objectivo foi avaliar a notoriedade e o grau de atracção que marcas de diversas famílias de produtos exercem sobre os consumidores portugueses, no âmbito da confiança, prestígio e identificação.

O facto de 3 das marcas vencedoras serem alimentares revelará a grande preocupação dos portugueses na escolha de alimentos de confiança, numa altura em que diariamente surgem inúmeras marcas novas e a publicidade se torna cada vez mais agressiva. Mas, sem dúvida que também revela a preocupação das marcas em apresentarem razões para merecer o voto de confiança dos portugueses.
Convido-vos a Ver, Tocar, Saborear, Cheirar e Ouvir os segredos da Delta Cafés em: http://www.delta-cafes.pt/.

Delta Cafés em prol dos direitos das crianças

A Delta Cafés vai distribuir 7,7 milhões de saquetas de açúcar com o objectivo sensibilizar a população para a necessidade de proteger as crianças e defender os seus direitos.

A campanha "Um direito por cada pacote de açúcar" privilegia o meio de comunicação de excelência da Delta – as saquetas de açúcar – para despertar a sociedade para os problemas que afectam as crianças. A colecção é composta por 12 saquetas, contendo mensagens alusivas aos três grupos de direitos fundamentais da criança: direito à família, direito à escola e direito à comunidade.


Esta iniciativa foi desenvolvida conjuntamente entre os Cafés Delta e a Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, com vista a assinalar o 18º aniversário da convenção sobre direitos da criança.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

7 ALIMENTOS ANTIENVELHECIMENTO

AZEITE
Há 4 décadas, investigadores concluíram que as gorduras monoinsaturadas do azeite eram, em grande parte, responsáveis por baixas taxas de doenças cardiovasculares e de cancro. Hoje sabemos que o azeite contém também polifenóis – antioxidantes poderosos que previnem doenças relacionadas com o envelhecimento.

CHOCOLATE
Os povos de Kuna, Ilhas San Blas, ao largo da costa do Panamá, apresentam uma taxa de doença cardiovascular 9 vezes inferior à dos habitantes do Panamá. A razão é atribuída à abundância de uma bebida típica de Kuna, com elevado teor de cacau, portanto, extremamente rica em flavonóides. Estas moléculas antioxidantes têm uma função protectora a nível vascular. Consequentemente, previnem a hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo II, doença renal e demência.

VINHO
Beber vinho com moderação protege contra doenças cardiovasculares, diabetes e a perda de memória resultante do envelhecimento. O vinho tinto tem sido alvo de inúmeras pesquisas por, graças ao seu método de produção, possuir um elevado teor em polifenóis. O résveratrol presente no vinho tinto é um composto que, segundo estudos em animais, activa os genes que retardam o envelhecimento celular.

MIRTILOS
Num estudo publicado em 1999, investigadores do centro de pesquisa de Nutrição Humana Jean Mayer, da Universidade Tufts, alimentaram ratos com mirtilos durante um período de tempo que no Homem equivale a 10 anos de vida. Estes ratos evidenciaram alta performance em testes de balanço e coordenação já no fim da idade adulta. Verifica-se que compostos presentes nos mirtilos (e outras bagas) - os antocianósidos - controlam a inflamação e limitam os danos oxidativos, associados a défices na memória e na função motora resultantes do envelhecimento.

NOZES
Estudos de Seventh-Day Adventists (designação religiosa que defende uma vida saudável e uma dieta vegetariana) mostram que quem tem por hábito ingerir nozes ganha, em média, dois anos e meio de vida. As nozes são fontes ricas de gorduras insaturadas, oferecendo os benefícios similares ao azeite. São também uma fonte importante de vitaminas, minerais e outros fitoquímicos, incluindo antioxidantes.

PEIXE
Há cerca de trinta anos, investigadores começaram a estudar a razão pela qual os Inuits, nativos do Alaska, não sofrem de doença cardíaca. Os cientistas julgam que se deve à elevada quantidade de peixes que consomem. O peixe é uma fonte abundante de gorduras ómega-3, que impedem a acumulação de colesterol nas artérias e protegem o coração de arritmias.

IOGURTE
Nos anos 70, a Geórgia soviética ficou conhecida por ter mais centenários per capita do que qualquer outro país. Os relatórios daquele tempo reivindicavam que o segredo das suas vidas longas era a presença do iogurte nas suas dietas. Enquanto a acção antienvelhecimento do iogurte ainda não foi provado, é evidente que a sua riqueza em cálcio previne a osteoporose e que a presença de bactérias benéficas diminui a incidência de doenças intestinais resultantes do envelhecimento.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

DESPORTO & ALIMENTAÇÃO - Ligação Saudável


Duas conceituadas marcas de calçado desportivo fizeram a diferença ao promoverem a fusão entre duas áreas distintas, mas que se complementam na perfeição.

A Nike decidiu apresentar os seus produtos mais trendy de uma forma divertida e original, muito em consonância com a componente casual e urbana da sua colecção de Outono. Ao longo de um mês, os novos produtos Nike serviram de decoração a 3 restaurantes muito conhecidos em Lisboa (Bica do Sapato, Lisboa à Noite, Luca e La Moneda), em Madrid e em Barcelona. As decorações foram surpreendentes, como, por exemplo, cópias de esculturas gregas calçadas com ténis da colecção, uma chuva de estrelas (de ténis) Nike no tecto!

A Reebok, por seu lado, decidiu aliar-se a uma cadeia de lojas japonesas e desenhar uma nova colecção de ténis – os Koyomi –, após verificar que a comida japonesa é cuidadosamente seleccionada e disposta no prato, de modo, a sobressaírem as cores. O objectivo da marca foi apoiar-se na frase “os olhos também comem”, criando todos os meses um par de ténis diferente, bastante coloridos.

São provas de criatividade resultantes de abordagens divertidas e, para muitos, curiosas formas de Comunicar!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

REVOLUÇÃO NO MERCADO DOS PROBIÓTICOS?!


O Regulamento Europeu, aprovado em 22 de Dezembro de 2006 e que entrou em vigor este ano, estabelece uma série de regras que podem fazer com que marcas como a Longa Vida sejam retiradas do mercado se:
  • As suas alegações nutricionais ou de saúde não constarem na lista validada pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, ou se
  • Não forem comprovadas cientificamente estas alegações, evidenciado que a(s) substância(s) em causa tem, de facto, efeitos benéficos na saúde, que existe em quantidades suficientes naquele alimento e que é assimilável pelo organismo.

Este regulamento estabelece o que se pode dizer e como fazê-lo sempre que um produto alega fazer bem à saúde, estendendo-se a regulamentação às alegações feitas através de "representação pictórica, gráfica ou simbólica".

Os alimentos que não obedeçam às normas de rotulagem podem ser comercializados até Julho de 2009. As alegações nutricionais que não constem na lista a ser aprovada poderão circular até 2010. Só em 2022 é que as marcas que contenham na designação comercial aquilo que se considera uma alegação de saúde (mesmo que genérica) terão de mudar o nome ou provar que têm mesmo esse efeito.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Estratégias de Comunicação usadas pela Indústria Alimentar

Para que a Comunicação seja eficaz é necessária uma boa difusão da mensagem, garantir que esta é recebida e correctamente processada pelo receptor. A Indústria Alimentar tem recorrido a 3 estratégias para comunicar produtos, nutrimentos, modo de utilização, etc.:


1. Dar a conhecer ao potencial consumidor que o produto X existe, utilizando uma linguagem clara e precisa e captando a sua atenção através de:
* Slogans com impacto;
* Imagens chocantes, reais;
* Cromática adequada.

2. Fazer gostar do produto (ou de uma prática alimentar) implica fazer com que a pessoa se identifique com ele(a), que sinta que é benéfico adquiri-lo (ou adoptá-la), que lhe ganhe afecto. Por vezes requer-se mudança de atitudes, de convicções. Referem-se alguns estratagemas usados pela Indústria Alimentar:
» Realçar aspectos benéficos para o meio ambiente - embalagem reciclável;
» Associar a acções humanitárias - parte do lucro reverte para uma instituição de solidariedade, alguns componentes do produto são adquiridos ao comércio equitativo;
» Realçar a preocupação com a protecção dos animais - alegar que não contém ingredientes de origem animal ou que os testes clínicos não são realizados em animais;
» Utilizar a imagem de uma modelo ou actriz conhecida pela sua beleza e simpatia - a actriz Eva Longoria como imagem dos gelados MAGNUM;
» Utilizar a imagem de um boneco querido pelas crianças ou outro público-alvo - Cereais Nesquik.


3. Fazer agir o consumidor associando o produto a acções em diversos domínios. Seguem-se alguns exemplos:
- Fornecer receitas que integrem o ingrediente publicitado;
- Descrever alguns tipos de exercício físico que, associados à ingestão do produto X podem melhorar a forma física.

Consulte http://www.gallo.pt/ e analise um exemplo de comunicação em que são utilizadas as 3 estratégias referidas.

domingo, 28 de outubro de 2007

Como se pode posicionar um nutricionista que comunica sobre ciência?

O Nutricionista é um profissional de saúde que visa a promoção da saúde, a prevenção e o tratamento da doença, intervindo na adequação, qualidade e segurança alimentar. É um elemento-chave sempre que adaptações alimentares ajudem a melhorar a qualidade de vida do indivíduo; e, para isso, ele ensina, investiga, vigia, orienta e aconselha. É dever do Nutricionista comunicar dados nutricionais, resultantes da sua própria investigação, ou de outros, certificando-se que a mensagem é transmitida de forma clara, concisa e adaptada ao público-alvo.
Na Indústria Alimentar, cabe ao Nutricionista fazer a ponte entre a investigação científica, a inovação de produtos e o marketing social relacionado com a alimentação. As informações que o Nutricionista desenvolve para apoiar a promoção de um produto no mercado (páginas de publicidade, spots publicitários, brochuras) devem focalizar-se nos benefícios nutricionais, ainda que tenha de ter em conta interesses económicos e políticos.

Por vezes, o Nutricionista depara-se com situações controversas que dificultam a elaboração do seu discurso, para não “enganar” o consumidor nem ir contra os interesses da empresa para quem trabalha. Como exemplo refere-se o enriquecimento do leite industrializado com ómega-3, que visa compensar a baixa concentração deste composto funcional. O Nutricionista sabe que, para que sejam obtidos os efeitos benéficos mencionados no rótulo, o consumidor terá de consumir uma grande quantidade de produto, sendo mais fácil e vantajoso que o consumidor continuasse a consumir leite convencional e aumentasse o consumo de peixe na alimentação.

Existem vários temas controversos e dúbios no que concerne à Nutrição, tendo muitas vezes o Nutricionista que comunicar sobre esses assuntos. O segredo poderá estar numa comunicação clara e concisa, realçando os benefícios de uma alimentação variada e da prática do exercício físico.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Necessidade de comunicar sobre o que comemos

O que devemos/podemos comer?
Como preparar os alimentos? Que quantidades ingerir, quando, como, onde?
São inúmeros os comunicados no âmbito da ingestão alimentar – talvez porque a sobrevivência da espécie humana depende, em grande parte, de uma alimentação equilibrada e a comunicação é um veículo importantíssimo na promoção da saúde e prevenção da doença no seio de uma sociedade.
Desde sempre, o Homem teve noção da importância da alimentação para a sua sobrevivência, e, por isso, passou a comunicar os malefícios e benefícios para a sua saúde da ingestão de determinado alimento. Inicialmente, o conhecimento transmitido era muito empírico e a via era o discurso oral. Mas, desde muito cedo, houve a necessidade de organizar a informação em regras e/ou condutas, adaptá-la às necessidades políticas, económicas, ambientais e religiosas do momento, com vista a facilitar a sua transmissão de geração em geração. O crescimento demográfico, o intercâmbio de informações entre diferentes grupos populacionais e o surgimento de estudos científicos no âmbito da Nutrição e da Saúde constituem alguns dos factores que levaram a que se recorresse também, e cada vez mais, à linguagem escrita e visual. (http://www.formasluso.pt/)

Comunicar sobre alimentação é, sem dúvida, positivo, se a comunicação visar a formação e não a manipulação do consumidor. Actualmente, verifica-se ser urgente que o consumidor mantenha uma postura crítica perante toda a informação transmitida, vendo sempre a alimentação como um meio capaz de promover simultaneamente o seu bem-estar físico e psíquico.

Comunicar através da corrente estruturalista ou funcionalista?

O marketing promocional em Nutrição tem aumentado muito nas últimas décadas, sendo utilizados diversos meios e linguagens para atingir o objectivo final: desencadear a compra por parte do consumidor, após despertar a curiosidade, o interesse e a necessidade de aquisição do produto.
A linguagem utilizada no marketing nutricional varia consoante o produto que é publicitado, o público-alvo, o meio de comunicação usado e os objectivos da comunicação, podendo ser diferenciada em 2 correntes:

A. Estruturalista
As estratégias de marketing utilizadas para suscitar a compra ou a adopção de determinado comportamento alimentar não se baseiam nas características nutricionais do alimento ou nutriente publicitado. As regras e os comportamentos alimentares são estabelecidos com base em aspectos culturais e sociais (relevando o glamour, posição social ou estilo de vida), pela participação num evento ou concurso (jogos desportivos, passatempos), realçando a obtenção de prazer (destacando características sensoriais, como o sabor e o aroma). Portanto, este tipo de comunicação não é sustentado por noções nutricionais, mas por alegações meramente lúdicas.
Um exemplo deste tipo de corrente de comunicação é a publicidade da marca OLÁ aos gelados Magnum, em que quer a imagem quer a linguagem realçam características sensoriais, alegando o “prazer extremo” que é proporcionado pela ingestão do produto.


B. Funcionalista
Publicita o consumo de determinado alimento ou ingrediente apelando para o benefício nutricional da sua ingestão. Tem como objectivo fazer com que os consumidores acreditem que o consumo daquele produto tem benefícios para a saúde, além das vantagens nutricionais inerentes. Consequentemente, o benefício nutricional que advém da adopção de determinado hábito alimentar vai resultar na criação de regras e de comportamentos alimentares, que visam a saúde e o bem-estar.
Por exemplo, a marca NOBRE Naturíssimos publicita na embalagem das salsichas de Perú que têm teor de sal e colesterol reduzido, alegando assim que foram concebidas para uma alimentação saudável e equilibrada.

Provavelmente, a forma mais eficaz de comunicar consiste na associação das duas correntes, numa interacção dinâmica: a estruturalista, para uma maior visibilidade, e a funcionalista, para uma maior credibilidade. Mas, sem dúvida que o objectivo primordial na comunicação em Nutrição deveria ser sempre a promoção da saúde do consumidor.

O que são alimentos funcionais?

A importância de uma alimentação equilibrada na manutenção da saúde e do bem-estar tem sido alvo de estudo pela comunidade científica, com vista a comprovar a acção de determinados alimentos na prevenção e/ou no tratamento de diversas doenças. Foi no Japão, na década de 80, que começaram a ser estudados alimentos que, além de satisfazerem as necessidades nutricionais básicas, desempenhavam efeitos metabólicos e fisiológicos benéficos, devido à presença de um ou mais nutrientes que melhoravam o crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções do organismo humano. Em 1991, foi desenvolvida e regulamentada uma nova categoria de alimentos, que recebeu a denominação de “Food for Specified Health Use” – em Português, Alimentos Funcionais.


Para um alimento ou ingrediente poder alegar ter funções funcionais e ser comercializado, tem de comprovar a sua eficácia na promoção da saúde e a segurança no seu consumo sem supervisão médica. As alegações podem fazer referência à manutenção da saúde em geral, à redução do risco de determinadas patologias, mas não à cura dessas doenças. As propriedades benéficas dos alimentos funcionais podem ser provenientes dos constituintes naturais desses alimentos (como, por exemplo, as fibras e os antioxidantes presentes nas frutas) ou resultar da adição industrial de determinados ingredientes/compostos para enriquecer os alimentos na sua forma original (como, por exemplo, cereais do pequeno-almoço ricos em fibra).